sábado, 27 de outubro de 2007

Triple Bottom Line

Recentemente, foi-nos pedido um trabalho para a disciplina de GAO (Gestão do Ambiente nas Organizações) em que tinhamos de escolher por entre vários temas relacionados com a gestão ambiental nas organizações.
O tema que me pareceu mais interessante e que escolhi para o meu trabalho chama-se Triple Bottom Line*.
Porque é que me pareceu interessante? O Triple Bottom Line é uma forma de gerir uma empresa que coloca ao mesmo nível de importância para a empresa o lucro, o ambiente e a responsabilidade social...
Tal ideia não me pareceu nada realista. Para além do facto de que quem cria uma empresa tem o objectivo base de fazer dinheiro, salvo possíveis e raras excepções de alguém muito altruísta, quantas vezes associamos às mais diversas empresas a exploração não só das sociedades e pessoas dos países menos desenvolvidos como também dos seus próprios trabalhadores no nosso país. Ainda mais frequente é ver empresas e ambientalistas a guerrearem-se porque nem a legislação ambiental base é cumprida pelas primeiras, quanto mais um sentido de responsabilidade e preocupação ambiental genuíno.
Basicamente foi a esperança que me levou a pesquisar mais acerca do tema e descobri que, apesar de tudo, as empresas mais ricas e bem sucedidas parecem adoptar algumas medidas que demonstram preocupação ambiental e social. Claro que as vantagens disso para o negócio são significativas: os consumidores associam as boas práticas da empresa aos seus produtos tornando-os mais competitivos, a lealdade dos trabalhadores para com a empresa aumenta tornando-se mais produtivos, os eventuais futuros trabalhadores podem pedir menos de salário aquando da contratação, a empresa torna-se mais eficiente e poupa ou no seu consumo energético, ou no tratamento dos seus resíduos ou mesmo na produção, evitam-se confrontos com ONGs ambientalistas e outras relacionadas com direitos sociais, etc...
Muito resumidamente, com um aumento da consciencialização da sociedade e da sua exigência e valorização das práticas ambientais e sociais das empresas, torna-se cada vez mais vantajoso para estas demonstrarem preocupação nesses campos. O Triple Bottom Line torna-se assim uma estratégia bem mais realista do que podia parecer à primeira vista. Infelizmente, os cépticos, quanto ao papel do Triple Bottom Line no desenvolvimento económico das empresas, ainda são muitos e empresas não faltam que ainda preferem poupar nas questões ambientais e direitos sociais de modo a lucrarem o máximo no mais curto espaço de tempo.
Cabe-nos a todos como consumidores, trabalhadores, ambientalistas, engenheiros do ambiente e empresários que acreditam no equilíbrio entre as três dimensões, mostrar a essas empresas que a exploração irresponsável e inconsciente não é uma alternativa viável.

*O termo Triple Bottom Line, é atribuído a John Elkington, co-fundador e secretário da empresa de consultoria sobre sustentabilidade nas empresas SustainAbility

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